Sobre trabalho, auto-conhecimento, tristezas e recomeços

O ano de 2016 chegou, finalmente!! Tao esperado porque trás consigo a expectativa do fechamento de um ciclo e uma esperança de liberdade e de mudanças. Entretanto, ele não começa fácil e carrega desde o fim de 2015 alguns acontecimentos tristes. Mas navegar e preciso e precisamos seguir em frente de cabeça erguida! Mesmo porque toda tristeza e relativa (e isso eu tenho aprendido nesse lano). 

Fechamos 2015 com algumas perdas e muitos medos, e diversas possibilidades para refletirmos sobre a morte e como devemos lidar com ela. Minha mãe foi hospitalizada as pressas (mas já esta recuperada), o meu querido Tio Hunald agoniza ha alguns meses entre os cuidados em casa e hospitais, eu e Leleco tivemos uma perda grandiosa, que a cada dia aceitamos e entendemos um pouco mais. Mas a vida segue! E permanecemos em silencio por muitos momentos para não divulgar ao vento tantos sentimentos e reflexões. Temos um ao outro, e isso e excelente!

Vinculado à todas essas questões de saúde, ainda tenho um inconformismo em relação às atitudes do meu irmão e uma vontade celeste de jogar o trabalho para o alto e ser dona do meu próprio tempo.  Mas aos poucos a gente vai se conformando (embora não devêssemos), e os dias passam, a raiva ameniza e chega a compreensão. Resta-me apenas transformar em palavras meus sentimentos, e colocar aqui para que eu alguém possa ler ou eu mesma no futuro. 

Em meio a tantas questões, acredito que a mais difícil de todas seja a questão do trabalho, que transcorro aqui. Minha rotina e sofrível, principalmente por uma forte culpa sobre a minha relação com o trabalho. Tenho consciência que preciso mudar isso!!! Tenho dificuldades de dizer não, de ligar o "foda-se" e de não me importar com a forma como as pessoas são tratadas. Absorvo as dores, tento ameniza-las, mas muitas vezes sou eu quem precisa de um "colo". Nesse inicio do ano esta tao dificil relativizar as coisas e focar na imortalidade da alma, que os sentimentos e as dores saem em formato de lagrimas, insistindo em cair. Nessa segunda acordei chorando porque tive que ir para o trabalho e temo que esses episódios se repitam nos próximos (e bem curtos) 6 meses. Falta pouco para eu cumprir meu objetivo e dar o final "grito de liberdade" dessa vida corporativa doida e cheia de incoerências. Mas parece que a cada dia que passa, quanto mais próximo o fim esta, mais me sinto incapaz de chegar ao final de forma saudável. Mas sei que preciso continuar porque falta muito pouco e desistir nesse momento não e a decisão mais inteligente a tomar.

E enquanto mantenho uma luta constante com a minha consciência, também penso que tudo isso no final e uma oportunidade: de aprendizado, de reflexão, de conhecimento sobre aquilo que não quero para meu futuro e daquilo que não quero me transformar como pessoa, líder, como ser humano, das relações que quero e das que não quero criar. Isso me ajuda na caminhada da transformação. 

Sou muito critica em relação ao meu trabalho e tenho consciência de que foram minhas próprias escolhas que me trouxeram ate aqui. Mas estou avida a mudanças e não vejo a hora do mês de Outubro chegar. Não entendo essa estrutura arcaica que nos obriga a todos a ir e voltar do trabalho nas mesmas horas, obrigando-nos a ser produtivo de forma padronizada como robôs. Além disso, fico impressionada como criamos as horas de pico no Transporte publico, nos restaurantes, no escritório. Seria tao melhor utilizar a tecnologia a nossa favor e garantir a produtividade por entregas. Isso ia gerar uma qualidade de vida para os funcionários e uma independência que os permitiria ter mais independência e mais felicidade, alem de uma redução significativa nos custos adm de todos.

Outra critica que faco e em relação as lideranças e as atitudes arcaicas de gestão. Fico bastante impressionada como as chefias com a qual me relaciono tem uma visão obtusa do trabalho e dos seus funcionários, que são acompanhados de uma visão deturbada de si mesmo que as fazem agir de uma forma completamente incoerente. Ou seja, reclamam das atitudes de suas gerencias superiores e de seus subordinados, mas agem precisamente da mesma forma quando estão com os papeis trocados. Não existe empatia! Nem auto- reflexão. E tudo isso acaba sendo um combustível saudável para que eu também me questione em relação as atitudes que tenho e me auto-analiso para garantir que não estou bebendo do mesmo veneno, afinal, se eu critico no outro uma atitude que me desagrada, é preciso garantir que isso é fruto de um processo de aprendizado e não o reflexo do meu próprio espelho. Penso que o mais importante nesse processo é garantir que não sou o tipo de humano que não reconhece os seus próprios defeitos e características. Eu valorizo o auto-conhecimento já que ele é o primeiro passo para a melhoria contínua.

E assim, nesse ambiente de reflexões, de muito trabalho, algumas tristezas e esperança de um novo recomeço, dou boas vindas ao ano que se inicia, desejando que ele traga luz, paz e muito....muito aprendizado para os próximos 365 dias.

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