Vida Louca......Vida Breve

Ontem quando voltava andando da fábrica para a estação de BSD, senti alguns pequenos flocos brancos atingirem o meu corpo. Cairam muito espaçadamente e passou pela minha cabeça “será que é neve?”. Apesar do frio que fazia, imaginei que era impossível estar nevando naquele momento. Foi então que pensei que eram apenas pedaços de isopor que voavam pelo céu. Mas conforme me aproximava da estação, os flocos caiam com maior frequência. Então concluí: Está mesmo nevando”. Ao chegar no meu destino, fiquei como boba, olhando pro céu e sentindo alguns poucos flocos encostarem em minha face. Falava sozinha e ria como criança. Dois meninos me observavam da estação e devem ter ficado curiosos. Apesar da neve que caía, não era possível ver um belo cenário típico de filme de Natal. A neve era pouca e muito tímida. Peguei o trem e a paisagem estava igual mas ao chegar em Hannover, olhei para fora da estação de trem e verifiquei que havia uma tempestade de neve, daquelas que cobrem os carros e a rua.

Os dias vão passando bem rapidamente. Nesse ambiente, meus sentidos ficam cada vez mais aguçados já que não entendo a língua alemã. Cada detalhe, cada informação é importante e eu preciso ficar atenta. Como sempre gostei de observar as coisas e as pessoas, aqui nessa experiência isso está muito mais intenso, o que me permite umas boas risadas. Além disso, ainda estou na fase onde tudo é novidade. Essas duas semanas já me permitem fazer alguns comentários sobre alguns comportamentos do povo alemão. - A diversidade Quando falamos do estereótipo do alemão no Brasil, sempre mentalizamos uma pessoa loura, de olhos claros e alta. Baseado nessa minha perspectiva trazida do Brasil, eu imaginei que só fosse ver pessoas com essas características. Mas quando chegamos aqui, a realidade é bem diferente. O povo alemão é bem diversificado, assim como o povo brasileiro. Existem alemães de todos os tipos, louros, morenos, negros, orientais, altos, baixos, bonitos e também feios. Além disso, ex

Pisei oficialmente em solo Germânico às 22:20 do dia 10/03/2008. Entrei no país sem nenhum controle de passaporte, para a minha surpresa. Eu estava feliz. Um pouco anestesiada e ainda lembrando dos 200 euros que acabara de perder no aeroporto de Lisboa. Ao sair da área de desembarque, me esperavam 4 jovens sorridentes da Aiesec. Finalmente conheci a Judith, meu contato até então. Ela é uma gracinha, linda, sorridente e muito simpática. Fomos de trem até o Centro e deixei minhas malas no guarda-volumes da Estação. Dali seguimos para um bar. Encontramos um outro trainee também brasileiro que nos faria companhia naquela noite. No bar, fiz questão de pedir uma cerveja, afinal, queria um bom começo de intercâmbio. No Brasil, os alemães são conhecidos como bons cervejeiros e eu queria experimentar uma das tradicionais. Optei pela mais comum: a Beck’s. O sabor é bem parecido com a Skol brasileira e, diferente do que pensamos, eles tomam a cerveja gelada ou na temperatura ambiente (que nesse c

Como forma de comemorar o fechamento deste ciclo que se fecha, em terras portuguesas, gostaria de deixar registrado aqui nesse meu espaço um pequeno vídeo que faz uma retrospectiva desde os primeiros dias até às últimas emoçoes dessa experiência.

De Braga segui rumo à Lisboa, tirar umas férias e aguardar notícias sobre o maldito documento (ZAV) chega da Alemanha. Foi uma semana boa, mas bem agitada. Entre encontros com amigos, passeios e assuntos burocráticos para a retirada do visto, acabei fazendo algumas reflexões sobre essa minha experiência e eu gostaria de deixá-las registradas aqui. - Muitos pensamentos e reflexões Em matéria de auto reflexão, pensamentos e devaneios, esse ano foi o melhor de todos. Perdi às contas das vezes que eu conversava comigo mesma, procurando compreender meus atos, minhas motivações e meu demônios. No caminho do trabalho, na viagem de comboio, observando as pessoas, a cada minuto minha mente trabalhava. E foi divertido fazer esse constante exercício. Nessa brincadeira eu aprendi a me conhecer. Também pude ir aos poucos tentando melhorar meus defeitos, tentando aumentar minha percepção sobre o que é certo e o que é errado e fui tentando compreender as diferenças entre os seres humanos (ain

Inacreditável, mas minha despedida dos amigos da Aiesec aconteceu justamente no jantar de aniversário de 48 anos do Comitê da FEP. Entre roupas chiques e um jantar especial, consegui abraçar os membros que mantive grande contato durante este ano. Foi perfeito!! Para completar, recebi um prêmio pela experiência de intercâmbio. Não poderia deixar isso passar em branco, então escrevi um discurso especial, que li após receber o troféu. Este, eu faço questão de registrar aqui. “Boa noite à todos. Na semana passada finalizei um intercâmbio que durou 13 meses, realizado através da Aiesec Porto FEP. Curioso estar hoje aqui na frente representando os trainees nessa premiação. Mas eu prefiro não acreditar no acaso e vejo isso como uma grande oportunidade para refletir e agradecer. Ao longo desses 390 dias vivi momentos únicos e intensos. Aprendi muitas coisas e me modifiquei. Mas que uma experiência dessas é única na vida de um ser humano, isso todos sabem. A mensagem que eu quero deixar aqui nã

Infelizmente chegou o momento de dar Adeus às duas cidades que me acolheram ao longo desse intenso ano. Não é uma missão fácil, mas sei que devo ser forte para olhar o futuro e seguir adiante, afinal, essa foi uma experiência que eu escolhi viver, mesmo sabendo que era temporária e dos riscos que eu corria. Enquanto eu desfazia meu quarto e colocava as coisas dentro da mala, o Léo me observava. Foi muito bom ter um amigo ao meu lado naquele momento porque eu me sentia calma e tranquila. Me deu serenidade para encarar aquele momento como algo natural, sem muitas lágrimas e sofrimento. Enquanto via aos poucos meu quarto desaparecer, apenas alguns pensamentos vinham na minha mente. Bons pensamentos!! Naquela mesma quinta-feira a Lú preparou um jantar de despedida. Foi bom compartilhar um jantar especial ao lado dos meus companheiros de casa (faltou mesmo só a Camilinha). Brindamos aos ciclos: “Aos que se fecham, e aos que se iniciam”. Também ganhei um presente especial da Lú que me fará l

Não é nada fácil fazer uma festa de despedida quando não se sabe para onde se vai e nem quando se vai, mas achei que a melhor data para reunir os amigos para um “Adeus” seria 16/02. Tudo bem que eu trabalharia mais duas semanas depois disso, mas era a data mais propícia. Tudo foi planejado e calculado para a grande feijoada. Na lista haviam de 70 pessoas mas compareceram 52 amigos. Como não poderia ser diferente, houve um pequeno-grande imprevisto 2 dias antes da festa: o responsável pelo local onde seria a comemoração me liga na quinta-feira de noite avisando que a festa não poderia ser lá. Ótimo, pensei: “A essa altura, onde vou encontrar um local para colocar 50 pessoas??”. Depois de muito stress e todas as unhas roídas, eu, Lú e Rato encontramos uma ótima solução. A festa seria no flauta, o bar que eu mais frequentei ao longo desses meses. Mais perfeito impossível!! Conversei com a Claudia (dona do Flauta) e ela topou. Nem sabia como agradecê-la pela ajuda. O Francisco do trabalho

Nos últimos meses muita coisa aconteceu numa velocidade inacreditável. Foram muitos acontecimento, pensamentos e reflexões que voaram tão depressa que até foi impossível atualizar o blog a tempo. Mas para não ficar faltando nenhum momento dessa experiência, estou reorganizando as cenas dos últimos capítulos.