02/03/08- Adeus à Braga e Porto

Infelizmente chegou o momento de dar Adeus às duas cidades que me acolheram ao longo desse intenso ano. Não é uma missão fácil, mas sei que devo ser forte para olhar o futuro e seguir adiante, afinal, essa foi uma experiência que eu escolhi viver, mesmo sabendo que era temporária e dos riscos que eu corria.
Enquanto eu desfazia meu quarto e colocava as coisas dentro da mala, o Léo me observava. Foi muito bom ter um amigo ao meu lado naquele momento porque eu me sentia calma e tranquila. Me deu serenidade para encarar aquele momento como algo natural, sem muitas lágrimas e sofrimento. Enquanto via aos poucos meu quarto desaparecer, apenas alguns pensamentos vinham na minha mente. Bons pensamentos!!
Naquela mesma quinta-feira a Lú preparou um jantar de despedida. Foi bom compartilhar um jantar especial ao lado dos meus companheiros de casa (faltou mesmo só a Camilinha). Brindamos aos ciclos: “Aos que se fecham, e aos que se iniciam”. Também ganhei um presente especial da Lú que me fará lembrar de momentos únicos deste ano e ainda contribuiu para minha coleção de imãs (que cresce exponencialmente a cada dia J).
A sexta-feira passou tão rápida que nem senti. Foi ótimo não trabalhar porque gastei todo o dia resolvendo questões práticas: conta no banco, seguro, bagagem etc. Mais uma vez a Carla e o Tiago foram como irmãos. Me ajudaram muito nessas questões. Dei “Adeus” ao Léo e continuei na arrumação das malas. O sábado também passou rápido. De noite me despedi com chave de ouro dos amigos da Aiesec no jantar de 48 anos do Comitê da FEP. Não poderia ser mais perfeito!!
Cheguei já era manhã. Só deu tempo para dormir um pouco, colocar as últimas coisas na mala e seguir em direção à casa da Carla. Meu último almoço em Braga foi justamente na casa desses amigos tão especiais, aos quais serei grata eternamente por todo o carinho, cuidado e ajuda que prestaram ao longo desse ano. E eles ainda me levaram até a estação, onde peguei o trem rumo à Lisboa.
Na hora de me despedir dela, apenas abracei-a e agradeci por tudo o que tinha feito por mim. Imaginei que fosse chorar, mas fui forte. Até me surpreendi com minha calma. Dentro do meu peito não havia dor, apenas uma forte saudade. Mas não sofri. Talvez pelo fato de ter sido tão feliz ou talvez porque tenha a intuição que ainda voltarei em Braga muitas vezes, seja para rever os velhos amigos, seja para passar férias. Durante a viagem, um telefonema da família para dar força e conforto. E também alguns pensamentos e reflexões sobre as despedidas.
Às vezes fico triste por lembrar que grande parte dos amigos que fiz por aqui, perderão o contato ou se afastarão por uma questão óbvia de geografia. Acho que essa é a pior parte da história. O local onde vivemos se torna agradável principalmente pelas pessoas que conhecemos e pelos vínculos que fazemos. As pessoas passam a ser a chave do sucesso. E eu fui muito feliz em Portugal por causa dos amigos que cruzaram meu caminho durante minha estada por aqui. A parte ruim é ter que admitir (ou aceitar) que muitas delas nunca mais verei. Isso é que dói na hora da despedida. Mas para não chorar a perda de algumas delas eu prefiro pensar que “foi bom enquanto durou” e que elas foram especiais para mim, mesmo que temporariamente. Também procuro lembrar que alguns amigos serão eternos (a Carla será uma delas). Isso eu tenho certeza!! Que independente da distância, do tempo ou das circunstâncias, eu tenho amigos por esse mundo que verei novamente e manterei um contato constante. Só depende de nós. E no que depender de mim, farei um esforço desumano para que isso aconteça.

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