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A filha perdida

a lua do céu ainda é cheia, coerente com a minha interna. mas aqui dentro, sou apenas minguante. passei a semana atravessada por tantos desafios e tantas emoções que precisei sentar para escrever, antes que minha cabeça exploda com tanta tagarelice.  minha irmã, marido e filha acabam de sair de casa para me deixar sozinha. fui fiel comigo mesma ontem e pedi esse tempo. é claro que 'o sair de casa' nao foi assim tão fácil. ate acomodar todas as necessidades e atividades, já me via ansiosa, como se o adeus nao fosse nunca chegar. e bastou que eles saíssem para eu começar no drama da priorização; entre tomar um banho demorado, ler um livro, atualizar as tarefas no computador, varrer a casa e tantas outras tarefas que se acumulam, cada uma com a sua necessidade de ser cumprida, escolhi sentar para escrever. sinto que preciso para acalmar a mente e o coração. acendo uma vela, para que o fogo me ajude a iluminar o lado interno que quer falar. muitos gatilhos foram acionados nos últim

Para meu sogro Tuffy

Sei que essas palavras chegarão até você no tempo adequado. Não no tempo dos homens, mas no tempo que transcende esse mundo. É a mesma certeza que levo de que essas cinzas, que hoje são apenas o seu corpo matéria, chegarão em todos os cantos do mundo, assim como vc desejava. Nessas palavras, que não serão as últimas, porque você estará sempre presente em nossas vidas, quero deixar a minha gratidão. Gratidão pelas lições que trouxe em vida e tb em seu processo de morte. Pela força, sempre presente. Pela generosidade para todos aqueles que lhe eram caros. Pela vontade inesquecível de estar junto, independente do sacrifício necessário para fazê-lo.  Agradeço pela sua presença nos momentos mais marcantes de nossas vidas, pelas alegrias e apoio. Agradeço por me ensinar a ter uma vida com significado, bem vivida, plenamente. Agradeço por me ensinar a ser autêntico. Sua intensidade e a forma de enxergar a vida, nos permitiu também criar bons momentos. Sozinhos e também compartilhados.  Desses

Tempos difíceis

  Estamos vivendo tempos difíceis. Tão estranho que parece que estou vivendo numa matrix, como se todos os últimos acontecimentos fossem frutos de um pesadelo estranho, daqueles que vc anseia para acordar logo.  Temos um lunatico genocida no poder, que mais parece a reencarnação piorada do Hittler. Cada família viveu uma experiência de perder alguém querido. Algumas não estão tendo tempo nem mesmo de viver o luto de uma perda e estão sendo atravessados por outra. No meu mundo interno, vi a perda do pai da Maria Alice, depois da Dona Marília, vi a partida repentina do meu primo Bruno e depois do Cristiano. Por fim, temos a notícia de um câncer que se espalha de forma avassaladora no meu sogro Tuffy. Agora acabou de receber a notícia da morte da Dona Diva. Enfim...tenho a sensação de que essa transição planetária não está sendo suave. Pelo contrário, ela está promovendo uma limpeza generalizada em tudo aquilo que acreditávamos ser essência, ser raiz, ser a base. Está nos fazendo refletir

Saúde mental (escrito em 16/08)

Hoje levantei da cama agora às  7:00  da manhã e desisti de dormir. Estava muito ansiosa, com muitos pensamentos e resolvi levantar e ser produtivo. Enfim, melhor começar o dia ao invés de ficar lutado contra o sono e pensando em mil coisas que insistem em permanecer. Se teve algo que aprendi nos últimos anos é exatamente não lutar contra a maré. Aceitar nossos processos e sentimentos é a forma mais fácil de lidar com os problemas e ajuda a minimizar bastante as questões.  Despertei para amamentar a minha filha e depois não consegui dormir mais. Na mente, muitos pensamentos divergentes: Coisas para fazer, Sonhos, erros e acertos. Fiz um chá para me ajudar na recuperação de uma gripe sinistra que me acompanha a alguns dias. Resolvi escrever, pois é uma forma que adoro de organizar os pensamentos e desabafar os desaborres.  Comecei a pensar no relacionamento com a minha mãe. Acho que no final das contas, a gente realmente acaba só compreendendo os nossos pais depois que a gente pass

Desabafos aleatórios

Há tempos não venho aqui. E sinto que preciso fazer esse desabafo, usando as palavras e a escrita como forma de exorcizar aquelas feridas que ainda estão abertas, ávidas para cicatrizar. Sinto isso porque converso mentalmente com a mente como um ensaio de alguém que possa (ou queira me ouvir).  Essa semana reli o e-mail (e a resposta que tive) que enviei à coordenação da casa espírita há mais de um ano. Reli na tentativa de analisar o contexto com outros olhos e tentar dissolver essa coisa que ainda está por aqui dentro do meu coração. Pro meu marido isso acaba sendo uma obsessão, ainda pensar em tudo isso, mesmo após tanto tempo. Pra mim é, sobretudo, um processo de autoconhecimento. Faz parte daquelas experiências que a gente vive e que fica entalado sem dissolução, aguardando que o tempo e a maturidade ajudem nessa empreitada. Mas é preciso se resolver, deixar fluir, no tempo certo, é claro! É assim que eu funciono e já tive experiências em outros momentos de vida desses mesmos m

Pensamentos da madruga

Acordei por volta das 04:30 e não consegui mais dormir. Fiquei uma hora na tentativa de relaxar a mente e voltar ao meu sono profundo (que muito me ajuda), mas não deu. Os pensamentos entravam e saiam com uma velocidade impressionante, não deixando que minhas orações e tentativas de meditação acalmassem o meu coração. Tive uma semana difícil. Nem tanto assim, se eu relativizar as coisas. Mas quando a gente vive aquele momento conturbado, fica difícil relativizar. Passei um feriado em meio à natureza, mas sentindo uma energia esquisita. Ando sem paciência para um grupo seleto de pessoas. Voltamos para JF e já na segunda feira, recebi a informação de que não passei adiante em um processo seletivo em que estava depositando todas as minhas fichas e energias. Seria um sonho, trabalho dentro do meu propósito (como já há anos estou buscando), conexão com pessoas bacanas, inteligentes e antenadas. Seria um bálsamo azul para esse momento ansioso da minha vida. Mas não rolou. :( OK! A gente

Desapegos (Escrito em 15/07/2018)

Ontem começamos a encaixotar a casa, guardar lembranças, rever memórias cobertas pela poeira e pelo dia a dia que nos consome e nos afasta desse passado. É uma oportunidade ímpar de agradecer todos os minutos vivenciados nesse lar, em que fomos muito felizes. E praticar o desapego, porque enquanto a gente encaixota a vida, percebemos o quanto a gente acumula coisas e o quanto elas podem nos prender nesse universo materialista, sem percebermos.  São os nossos óculos, as nossas revistas, os nossos livros. Tantas coisas que ficam anos ali paradas, guardadas em gavetas e armários sem que a gente se dê conta, e nos toma tanta energia. Por isso é importante deixar ir.....porque pode doer na hora, mas depois de alguns meses, quiçá dias, a gente nem se lembra mais desses pequenos objetos que nos prendem a esse mundo de carne. O que a gente guarda mesmo (eternamente) são as lembranças. A memória de um sorriso, de um abraço de conforto, de uma palavra amiga, um dia de descanso, uma risada div