Pai...livrai-me desse mal

Detesto hipocrisia! Não tenho nem paciência e nem estômago para gente hipócrita e ando bastante farta de gente que diz uma coisa e faz outra. Alinhar o discurso com a prática tem sido a minha bandeira e tenho visto diariamente em leituras e reflexões o quanto esse alinhamento é importante no processo educativo, no desenvolvimento da autoestima e no combate à vergonha. 
E nesse processo de mágoa, ódio e revolta fico me autoanalisando, tentando identificar os pontos na qual eu possa estar falhando e me incomodando com um comportamento do outro que eu mesma reproduzo em mim. Analisando assim de forma superficial, não consigo identificar em mim esse tipo de comportamento, mas dada a máxima da psicologia de que aquilo que nos incomoda no outro, é aquilo que temos em nós, me questiono incessantemente onde isso se apresenta em mim para mudar e me melhorar. 
O ponto é que estou farta de tudo isso: cansada de viver num mundo onde a hipocrisia reina nas redes sociais, na relação profissional, na vida em família, na relação de amigos que se criticam pelas costas mas que demonstram uma admiração e aliança inquebrantável. 
Eu busco a verdade....não àquela desproporcional, que magoa e dilacera. Não faço o tipo super sincera que sai destilando o veneno e em, em nome da sua própria verdade, sai falando o que acha e bem entende. O que eu busco é uma verdade interna, aquele conhecimento íntimo da gente entender nossos processos e rever nossos conceitos. De sermos verdadeiros com nossos próprios sentimentos, com nosso olhar, com nosso pensamento. É falar e tentar agir, apesar de todas as dificuldades. E dentro desta, reconhecer que precisa mudar. É a verdade que também ajuda o outro a enxergar o que precisa, que oferece a mão e diz “eu sei o que vc sente, e estou aqui para te ajudar”. É a verdade de não querer ser quem não somos, e SER integralmente. É ser verdadeiro em nossos hábitos de consumo, na nossa relação com o parceiro, na vida social. É sustentar aquilo que podemos materialmente e emocionalmente, e não querer impressionar ninguém. É não forçar a barra para mostrar para quem não queremos, aquilo que não temos e aquilo que não somos. É respeitar a sua individualidade, seus limites e sua humanidade. 
Tá difícil encontrar quem tenha essa verdade nos olhos e no coração. Parece que estamos em um emaranhado coletivo do falso, da mentira e da hipocrisia, cada vez mais potencializado pelo uso irracional da tecnologia. Todo mundo finge algo, fala uma coisa e vivência outra. E me magoo tanto com isso. Gostaria de não sentir essas coisas aqui dentro, mas eu sinto! E dentro da minha busca da verdade, procuro deixar sentir, apesar da dor. Porque acredito que sentindo eu vou tomar consciência do que me incomoda e tomando consciente eu dou mais um passo rumo ao meu autoconhecimento. E dando esse passo eu faço a escolha de mudar e melhorar. 

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