Àquilo que não nos mata......nos fortalece.........

Tive um mês difícil. Não me lembro de ter passado uma fase tao ruim assim há muito tempo. Acho que a última vez que me senti assim foi logo após o falecimento da minha “Dinha”. Sinto algo estranho. Meu otimismo está se esvaindo, minhas energias estao se acabando. Não imaginava sentir isso aqui na Alemanha. Mas o fato é que está justamente relacionado à Alemanha e ao choque cultural que estou tendo, intensificado por uma grande “maré de azar”. Coincidentemente ou não, a má fase começou na semana que comecei a leitura de um livro de auto-ajuda que fala sobre a influência dos nossos pensamentos nos acontecimentos da nossa vida. Que bosta!!!! Achei que fosse ajudar, mas acabou piorando a situaçao. Em virtude dos fatos resolvi interromper a leitura, ao menos temporariamente. E é engraçado como a lei da atraçao é mesmo forte. Neste momento pareço um imã de problemas e complicações. Não sei se é minha percepção que está demasiado pessimista, mas o fato é que está duro de aguentar. Será que estou entrando antecipadamente no meu inferno astral? Acho que é a justificativa mais plausível para essa fase.
Ando desmotivada no trabalho pelas dificuldades de promover mudanças na estrutura que já existe. Além disso, estou substituindo um funcionário que trabalhou durante 7 anos na empresa, que falava alemão e que é irmao de um dos engenheiros da equipe. Por tudo isso, estou precisando caminhar à passos bem curtos e tenho que ter muita diplomacia para não magoar ninguém. Além disso, enfrento alguns probleminhas financeiros. A empresa está me pagando errado e isso está complicando meu planejamento financeiro. Também tive uma experiência horrível com o “Big Boss” da área de compras. Esse último evento acabou mesmo comigo: Me magoou, fez com que eu me sentisse usada e me mostrou como vai longe a falta de ética das pessoas. Me fez ter nojo de toda essa “negociata” ridícula de poder que encontramos em todas as empresas. Foi uma situaçao muito ruim em que fui envolvida e que me custou muitas lágrimas e muito stresse. Aos poucos estou tentando minar meus pensamentos dessa lembrança e ando tentando fazer o “jogo do feliz” (àquele do livro Pollyana). Mas não está nada fácil. Para completar o pacote estou tendo pequenas complicações burocráticas com os bancos e com a imobiliária que somadas são capazes de tirar uma pessoa do sério. E sempre tenho um alemão “carne de pescoço” na minha frente para dizer que “Regras são regras”. Ô povinho inflexível!!!! É claro que não podemos generalizar (estou me esforçando para isso) mas já deu para perceber que os alemães são bem diferentes dos “Brazucas” e dos “Tugas”. Haja paciência!!!!
Tudo isso me fez lembrar o famoso episódio da deportação no Aeroporto de Berlim. Será mesmo que não tenho sorte nessa terra? Por que será que vim parar logo aqui? Todas essas experiências ruins tem me feito repensar na decisão de viver um novo intercâmbio. Por vezes chego a me arrepender e já tive muita vontade de abandonar tudo no meio do caminho para regressar ao Brasil. Isso só faz aumentar ainda mais a saudade do meu país, da família, dos amigos.
Bem, mas quem disse que ia ser fácil??!!! De certa forma eu já tinha a consciência que seria muito diferente de Portugal: outra língua, outra cultura, outro clima. Bem, ao menos a primavera já chegou e temos tido belos dias. São nesses dias quentes que procuro me inspirar e pensar no ditado: “Depois de uma tempestade, sempre vem um dia de sol”. Vamos aguardar. Talvez a maré esteja mudando e as coisas comecem a dar certo. Eu espero mesmo que sim. Enquanto isso vamos seguindo, sempre sorrindo e pensando positivo, afinal, àquilo que não nos mata, ao menos nos fortalece!!!