Borboletas
"Não tarda nada, caem na minha rede muitas borboletas.
Elas andam é nos jardins errados."
Elas andam é nos jardins errados."
Tive um feriado de Páscoa solitário. Relembrei 2008, nessa mesma data, quando estava em Hannover e sozinha, sem nenhum amigo ou familiar por perto (naquela altura meu casal preferido estava de férias em Famalicão). Mas naqueles dias eu não me sentia só. Eu estava feliz e empolgada com o início de uma nova aventura. Foi um fim de semana sublime.
Esse ano foi diferente. Estive solitária porque não quis sair e nem me socializar. A inércia estendeu-se também para esse campo. Passei os 4 dias na frente da TV ou de um computador. Mas foi bom, para descansar. E para pensar......mais uma vez.
Esse ano foi diferente. Estive solitária porque não quis sair e nem me socializar. A inércia estendeu-se também para esse campo. Passei os 4 dias na frente da TV ou de um computador. Mas foi bom, para descansar. E para pensar......mais uma vez.
Agora que já estou empregada, fica mais fácil priorizar outros campos da vida. Até conseguir uma recolocação profissional, não tinha cabeça para pensar em mais nada que não fosse um novo trabalho. É estranho, mas um ser humano sem emprego se sente incompleto, sem possibilidade de ter sonhos ou pensar em projetos futuros. É como se o dia seguinte fosse apenas "um dia seguinte", repleto de incertezas e ansiedade.
Mas isso já passou. Hoje olhei o jornal "Boa Chance" com a tranquilidade de quem precisa apenas alimentar seus sonhos de esperança. É um alívio, que eu gostaria de compartilhar com os demais desempregados que ainda terão uma semana difícil.
E como a vida é feita de prioridades, após conseguir um emprego, chegou o momento de pensar no outro pilar que anda "cambaleando" e precisando de reforços: a vida sentimental.
Sempre tive relacionamentos longos e me acostumei a ter sempre alguém com quem dividir meus sonhos e expectativas. Na época em que andávamos em turma, especulavam que eu seria a primeira à casar. Aconteceu o inverso. Hoje faço parte da minoria que nem é casado, nem tem filhos e nem tem perspectiva para tal. Quando olho ao meu redor, percebo que estou cercada de pessoas que já fizeram suas escolhas sentimentais. E todos parecem estar felizes com suas decisões. Eu também não me arrependo das minhas decisões.
Nesse ambiente, me considero uma pessoa de muita sorte. Tive o privilégio de ter namorados companheiros, inteligentes, carinhosos, que sempre me fizeram bem. Nunca sofri por não me sentir amada ou querida por eles. Eles foram especiais e , por isso, até hoje mantenho contato com alguns. É claro que houveram mágoas, mas o tempo cumpriu com seu papel e deixou apenas boas lembranças. Eu fui feliz, com cada um deles e é por isso que não gosto de dizer que a relação não deu certo. Na verdade, ela "foi eterna enquanto durou."
Mas esse fim de semana eu me perguntei o que foi que aconteceu para que tivesse um fim? Encontrei a resposta dentro de mim e nas expectativas que crio para as relações que vivo. Por melhor que eles sejam, nunca são suficientemente bons para mim. Arrogância? Não...prefiro pensar que ainda não sei como lidar com as imperfeições alheias porque também não sei como lidar com as minhas. Eu erro cobrando demais e exigindo demais. Eu começo as relações querendo ser feliz. Esqueço que o mais importante é tentar fazer o OUTRO feliz. Agindo assim, o resto flui naturalmente.
De tanto errar, tornei-me temerosa. Apesar de me sentir carente em muitos momentos, decidi que agora não quero construir nenhum tipo de relação sólida. Escolhi esse momento para gastar energias com outras questões. Já estou farta de iniciar todo um processo que me desgasta demais e que tem um final trágico para ambos. No futuro até posso mudar de opinião, mas agora preciso aprender a lidar com essas incertezas.
Enquanto isso, assisto a novela das 18:00. O motivo é simples: os protagonistas vivem uma história de amor, que transcende o mundo terreno. E eu curto demais cada encontro dos personagens, cada capítulo em que eles refletem os sentimentos apenas com o olhar. Uma história digna de filmes de Hollywood e novelas da Globo.
Por que gosto tanto? Freud explica!!
Eu me realizo através dessas cenas românticas. Talvez seja a vontade de poder de viver isso, embora saiba que a vida real é bem diferente. Sou romântica em excesso e ainda acredito na magia dessas relações. Mas também sei que romantismo não quer dizer nada num relacionamento duradouro. Que o aprendizado diário e a admiração mútua valem mais do que qualquer declaração em público. E que essa coisa de "a pessoa certa", "o casal perfeito" não existe. A verdade é que podemos ser felizes com qualquer um. Basta que tenhamos boa vontade e maturidade para ultrapassar os problemas da convivência.
Acho que nesse âmbito, ainda preciso aprender muito. Afinal, contruir um relacionamento é a forma mais sublime de compartilhar. E eu ainda não me sinto preparada para tal!
Definitivamente, somos muito parecidos :)
ResponderExcluirUm beijo Zane!
amiga,
ResponderExcluirnunca há romantismo em excesso e podes acreditar que na vida real as coisas acontecem! Temos é que as saber cultivar e aproveitar como momentos unicos..
mas claro que estou a falar por mim
Beijos
Carla