Tecnologicamente sensível

Me julgo uma pessoa reservada em todos os âmbitos da minha vida. E isso não significa que sou "fechada", apenas discreta em relação às informações que divulgo sobre meu dia-a-dia e sobre a minha vida pessoal.  Não tenho medos ou receios de compartilhar com meus familiares diretos e meus amigos íntimos detalhes da minha vida, aprendizados, angústias ou pontos de vistas, mas acredito que somente a eles interessa compartilhar minha vivência de forma tão intensa. 
Mas nessa era digital, em que o privado deixou de ser interessante, percebo que sou um peixe fora d'água diante de tanta informação virtual. Causa-me confusão essa vida de facebook e Big brothers em que sua vida é um livro de páginas abertas, repleta de capítulos felizes (apenas!!). Ah....porque ninguém é triste ou é traído pelo facebook, né?!
E um fato isolado me fez parar para refletir na minha rejeição declarada em relação a essa nova era, que vou compratilhar agora, sem maiores pudores ou reservas. Há algum tempo tenho me sentido rejeitada no ambiente de trabalho: não tenho muitos amigos, não sou famosa nem popular, não desperto a simpatia da maioria. E isso nada tem a ver com minha forma de lidar com meus companheiros de trabalho já que sou educada e trato a todos com muito carinho. A questão é que estou "fora" da rede. Não publico fotos dos meus feitos mais articulados, não faço "check in" dos lugares que visito, não compartilho nenhuma notícia fantástica. Aí fiquei fora de foco e fora do assunto. Sim....porque nos corredores do meu trabalho às segundas o bacana é conversar sobre as publicações do "face", as festas, os eventos, as novidades. E como eu fico fora desse ambiente, fico fora de contexto.  Para piorar minha situação, eu não vejo novela e desconheço os integrantes dos últimos 20 Big brothers (se é que já tiveram tantos assim). Resumidamente, me tornei uma pessoa sem graça porque ninguém sabe de nada do que eu faço ou penso. Vai entender, né!!!
O fato é que as novas gerações estão chegando e com elas as novas formas de organização e comunicação. E por isso, mesmo não gostando ou tendo as minhas ressalvas em relação à essa exposição excessiva, é dessa forma que os jovens estão se relacionando e criando suas referências. Então, se eu não aprender a me relacionar dessa forma ou tentar ser mais flexível às novas formas de
organização social, corro o risco de me tornar tecnologicamente alienada em poucos anos.

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