A história de nós dois

Este sábado fui ao teatro assistir "A história de nós dois", com Alexandra Richter e Marcelo Valle, no simpático teatro Cândido Mendes, em Ipanema. Gostei da peça (embora tenha criado demasiadas expectativas) e recomendo.

A peça retratada com sátira a vida de um casal que vive o início, o meio e o fim de um casamento (olha lá os ciclos de novo!!). Embora nunca tenha sido verdadeiramente casada, pude me identificar em diversas cenas do dia-a-dia de um casal, o que já deu um contexto cômico e me fez rir bastante. E rir é sempre o melhor remédio para entendermos as dificuldades de convivência. As semelhanças não foram coincidências, senão o retrato realista e engraçado dessa bela arte de conviver a dois.
No final, inesperadamente acabei me emocionando. Acho que fui levada a refletir sobre o outro lado e minha decisão em relação à essa convenção social de casar e ter filhos. É complicado estar diante de uma decisão tão séria como essa porque escolhas implicam em abrir mão de "outras coisas". É sempre assim. Nunca é fácil.
Mas ter uma família, ser casada e ter filhos tem o seu conto de fadas. Se assim não fosse, eu não teria hoje dentro de mim esse amor incondicional e esse orgulho imenso de ter "a minha família". No meu ponto de vista, meus pais souberam construir um lar com tamanha dedicação que eu não seria completa se não fosse parte integrante desse grupo formado por 5 pessoas tão distintas, mas que se amam sem saber por quê. Parece tão perfeito e harmonioso (mesmo com as pequenas brigas) que eu tenho sim uma vontade de repetir esse grande feito. Criar filhos e costruir uma família unida deve ser uma enorme satisfação.
Mas eu sempre tive medo do fracasso e talvez por isso esteja armada no meu dircurso egocêntrico de que ainda não é o momento. De fato não acho que este seja o melhor momento. Mas então, quando o será? Não sei. Mas hoje, meu medo de fracassar é muito maior do que minha vontade de tentar. Um verdadeiro paradoxo!!
Vivemos num meio em que vemos o casamento como o fim da linha, uma escolha onde você terá que interromper seus sonhos e desejos próprios só porque divide seu mundo com outras pessoas. E de onde vem essa idéia? Será que é dos milhares de casais que, embora casados, desejam manter a vida de solteiro? Ou da estatística de separações e de pessoas que se dizem infelizes pela imposição do casamento?
Mas e se casamento é o fim da linha, porque ainda existem tantas pessoas que dizem "sim" até que a morte os separe? E por que o casamento é sinônimo de felicidade longa e duradoura? Por que está presente em quase todos os finais de filmes e novelas?
Ainda não tenho respostas para essas perguntas. Enquanto isso, vou rindo da vida retratada através da arte. A próxima peça já está agendada!!

Comentários

  1. Penso que vc está errada. Não existe a hora ou o momento certo, mas sim a pessoa certa. Se vc já encontrou um cara que seja fiel, amigo, amoroso, que se preocupe com vc e que seja um bom filho (dizem que um bom filho torna-se um bom marido e um bom pai), então, o que está esperando ??? O maior problema é encontrar essa pessoa, pq ao lado dela vc terá coragem ou, se não tiver, deixe que a coragem dela te guie e siga em frente. EduardoMartins-RJ

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