A ditadura carioca

Tive um fim de semana tipicamente carioca. E me senti um peixe fora d'água!!!
Que a adaptação seria difícil, eu já sabia. Mas não imaginei que me custaria tanto entrar no ritmo carioca de ser.
Na sexta, a praia fervia, e a mulherada estava louca em frente à barraca do Pepê para fotografar ninguém mais que o próprio Marcio Garcia, em carne e osso. Mais carne do que osso.
O sol queimava demais e eu tentava me proteger por entre as poucas sombras. Ao redor, só gente bonita e corpo esculturais. Realmente o Rio de Janeiro dita a regra da beleza Brasileira, ainda mais na faixa de areia do Pepê. Feiura e gordura por lá não tem vez. O difícil é a concorrência.
De noite, fomos numa baladinha na Lapa. Eu, Isa, o irmão, e um grupo de amigos homens que foram me ensinando como é voltar a ser carioca. Não havia mal partido. Somente pessoas bonitas, profissionais em ascensão, médicos, engenheiros, administradores, numa faixa que variava entre 30 e 35 anos. Todos solteiros.....para ninguém botar defeito. Entre risos e piadas fui percebendo que o Rio se transformou (ou fui eu quem não acompanhou a sua derrocada). Na noite carioca ninguém quer conhecer ninguém. O mais importante é pontuar: é colocar a melhor roupagem, beber o melhor drink, olhar a mulher mais linda e tentar convencê-la a te dar o beijo mais gostoso. Depois, é só virar as costas e recomeçar. Não existe tempo para mais nada. E o cenário favorece porque você só consegue enxergar homens e mulheres-modelos. O difícil é entender até onde vai a realidade e a ilusão.
Passei a noite ali observando esse teatro estranho que o carioca cria para ser feliz (ou para fingir ser). No fundo tudo faz parte da cultura da cidade purgatório da beleza e do caos.
São nessas horas que eu percebo que estou envelhecendo.

Comentários

  1. Será que esse teatro chega a Portugal??? Com a nossa sociedade mais conservadora, não me parece...

    Bom, de uma forma ou de outra, continuo com vontade de visitar vc no Rio!

    Beijos,
    Andre.

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  2. e os bilhetes?! onde se compram os bilhetes?!
    eheh...

    mas, Rosane...ditadura? por estes lados, nem o Salazar tinha a Costa da Caparica ou mesmo Carcavelos nesse estado!!! dizem mal do Sócrates...se calhar mais valia ser ditador "abrasileirado"!

    beijos,
    Monteiro

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  3. ah: e apoio o André!
    Rio será sem dúvida uma das próximas passagens (com ou sem teatro)!

    beijos,
    Monteiro

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