Hoje, 14/03- Sábado

Ontem foi sexta-feira 13. Amanhã será dia 15/03, um Domingo, e já me preparo para um dia difícil, repleto de lágrimas e uma saudade que vai apunhalar meu coração. O motivo: Se estivesse viva, minha madrinha estaria completando 43 anos, saudáveis, bem vividos. E ainda estaria linda, aparentando 10 anos a menos. Mas o destino não quis assim e amanhã estarei no cemitério, ao lado da Tia Amélia para rezar por sua paz e pelos que aqui (ainda) estão.

Não sei se por esse fato, mas essa semana foi difícil. Houveram algumas situações e falei com pessoas que inconscientemente fizeram o pouco de auto-estima que ainda havia se diluir como acúcar em água. Reiniciei assim, mesmo lutando contra, o processo de auto-destruição. É inevitável e duro não pensar nas minhas escolhas.

Saí do Brasil porque não estava satisfeita com a vida que levava aqui. De certa forma, saí para fugir, para tentar mudar, para bloquear um ciclo vicioso que se formara. Passou quase 2 anos que foram maravilhosos, apesar dos "altos e baixos". Eu tinha esperanças de que no meu retorno seria diferente, que a vida fluiria para um caminho de sucesso e felicidade. Mas acabei retornando ao ponto inicial: os mesmos conflitos, as mesmas incertezas, a sensação de sempre tomar as decisões erradas.
Na maior parte do tempo minhas angústias concentram-se no meu futuro e naquilo que espero dele. Fico aflita quando penso que minhas escolhas profissionais não foram as mais acertadas, que nunca fui brilhante em nada do que fiz e que talvez nunca o serei. Me angustia ainda mais perceber que deixei que a vida fizesse minhas próprias escolhas sem que eu me desse conta disso. E que se não faço àquilo que gosto, minhas chances de obter sucesso serão cada vez menores. Que meu desejo de não ser uma pessoa ordinária começa a não fazer sentido.
Aí eu páro e penso: Meu Deus, diante da fome mundial, de tanta desigualdade, diante de tanta corrupção e crueldade, mediante a miséria de muitos, do sofrimento alheio, de doenças incuráveis e de infinitos problemas, talvez eu não tenha o direito de reclamar da minha atual situação. Eu nem mesmo deveria me entristecer. Ao contrário, diante de tantas mazelas da sociedade, eu deveria olhar para minha condição e sorrir, todos os dias, esquecendo de vez esses ínfimos problemas que atormentam meu dia. Mas o botão não funciona!!!
Apesar disso, estou tentando. Diariamente procuro ler coisas motivacionais, poesias, textos com mensagens de ânimo, o evangelho segundo o espiritismo....qualquer coisa que me ajude a criar uma blindagem contra a depressão. A faísca dura algumas horas, talvez minutos e os pensamento acabam me atormentando mais. Eu rezo e peço à Deus força e perseverança para ultrapassar essas barreiras impostas conscientemente para meu crescimento pessoal. Afinal, "àquilo que não nos mata, ao menos nos fortalece".

Então, sigamos em frente!!