Imagens distorcidas

Esse post será grande!! Já aviso de imediato. Há que ter paciência e uma certa sensibilidade.

Ele também não será simples. Ao contrário, irá organizar aos poucos, em pequenos parágrafos, as últimas semanas de pensamentos que fluiram nessa caixinha mágica que chamamos de "mente".

No fim de semana passado eu achei que morreria em breve. Loucura? Talvez!! Mas a questão é que logo após pedir ao universo para enviar sinais que me ajudassem na cura dessa fase estranha, eu recebi inúmeras mensagens.....e todas relacionadas à morte. Não sei bem o porquê, nem sei se foi apenas uma fantasia da minha mente. O fato é que tentei viver os dias seguintes pensando que eu poderia morrer no próximo momento. E sabe que valeu a pena!! É claro que ás vezes sentia um vazio dentro do peito, uma vontade de continuar meu caminho de realizações. Mas iniciei um processo de desapego, de viver o hoje sem pensar no amanhã. E de pedir perdão e declarar meu amor sem medo ou sofreguidão.

Isso desencadeou alguns processos, algumas conversas importantes que não poderiam ser adiadas. No fim, tudo foi selado com abraços e declarações de compaixão. Depois fiquei só, refletindo sobre minhas antigas ações e os impactos no meu futuro. Foram sérias decisões que levaram minha trajetória para esse fim. Ou será meio?

Se eu me arrependo? Apenas de algumas passagens, apenas de ter deixado algumas mágoas e feridas que ainda cicatrizam. Mas me sinto bem por ter cultivado o perdão (com a ajuda do tempo) e de ter colaborado com o crescimento de outrém. Isso é o mais relevante. Eu poderia morrer, mas levaria essa realização comigo.

Aos poucos reconstruí na minha cabeça histórias diferentes: pequenas peças, personagens e fatos. Como seria minha vida se eu optasse pelo outro caminho? Simplesmente imprevisível!! E quantos irmãos também não fazem essa reflexão dos justos, todos os dias. O que nos resta apenas é seguir adiante olhando pelo retrovisor as marcas do passado e reconstruindo o presente da melhor forma possível. E quando a mente insistir em dizer que sua condição poderia ser melhor, basta aquietar o espírito e dizer internamente: "Nada acontece por acaso".

São nesses momentos que me desligo do tempo, navegando por entre vidas diferentes que mal conheço. São tantos feitos, tantas alegrias. Eu concordo que aos 27 anos já realizei muita coisa, mas gostaria de ter feito mais. Aí vem de novo a idéia da morte. Por que será que sou tão inquieta? Por que sempre tenho essa ansiedade pujante, essa vontade de realizar tudo hoje e agora?

Aí sempre faço a tal reflexão sobre a vida profissional: Se eu pudesse voltar atrás, teria feito diferente. De novo o momento de dizer internamente: "Nada acontece por acaso".
E já que ninguém inventou ainda a máquina do tempo, eu fico tentando criar mecanismos para informar aos jovens (mais jovens que eu) para que usufruam do tempo a seu favor. Para que abracem às pequenas oportunidades e deixem de valorizar o dinheiro, a luxúria, o poder. Chegará o momento certo de fazer isso. Quando cruzo com mentes limitadas como essas (essa semana, por exemplo) me sobe uma vontade sagaz de dar umas "sacudidelas". E me encho de orgulho (às vezes com lágrimas nos olhos) quando encontro esses pequenos gênios que sabem respeitar o momento certo. Felizmente existem muitos gênios!! A verdade é que nos falta maturidade, e esta só vem com o idade. Temos mania de nos acharmos corretos em nossas próprias decisões e nunca ouvimos os conselhos de quem tem muito a nos ensinar. Também nos faltam referências, bons exemplos. E já que isso é um aprendizado da alma, nos compete apenas lembrar (mais uma vez) que o acaso não existe e de que, embora por caminhos tortuosos, a vida vai nos mostrar o caminho correto.

Nessa trama de pensamentos tenho me cobrado demasiadamente. Também estou com uma visão deturpada de minha trajetória. Sou réu confesso!! Passei a semana inteira me achando inferior à qualquer ser humano que hoje habita a face da terra. Em contra-partida, ouvi de alguns amigos um discurso diferente. Percebi que eles me admiravam exatamente pela minha força de vontade de ir à luta em busca dos meus sonhos. Definitivamente, "guerreira", "batalhadora", "determinada", são adjetivos que decidi retirar de meu dicionário pessoal. Ao menos nesse momento. Me olho no espelho e não consigo me enxergar de tal forma. E busco externamente inspirações que façam ter essas características consideradas tão importantes para a minha pessoa. E quais vozes eu preciso ouvir?

Estou aprendendo a meditar. Ainda não sei que atitudes tomar diante de um momento de sublime contemplação, mas posso dizer que estou adorando. A magia de passar por momentos de provação está nessa possibilidade de buscar novos caminhos, novos rumos, novos horizontes. Quando estamos num momento ruim, geralmente nos vemos fortes e dispostos à virar o jogo. É isso que estou tentando fazer.

É claro que minha alma continua inquieta. Existem dias que estou tão amargurada que nem tenho vontade de sorrir. E muitas vezes também me decepciono: espero respostas que não chegam e luto com minha própria inércia. Mas no geral, estou tentando buscar um aprendizado disso tudo, afinal, não adianta chorar e entregar os pontos.

Pode ser clichê, mas "Tudo vale a pena se a alma não é pequena".

Comentários

  1. Aqui há uns dias tropecei numas fotografias com a tua fronha na pag. do facebook de alguém, e deixa-me que te diga que este texto é caso para eu dizer:
    NÃO BATE A CARA COM A CARETA!!!
    vamos lá pôr aquele sorriso, não te atrevas a sair à rua sem ele :)
    Beijo grande da Mamã e um beijinho fofinho do Miguel

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