Imagem no espelho

Mais um episódio da série "Sou espírita" ;)

"Não permaneças à espreita, aguardando que as imperfeições alheias se manifestem com o propósito de confirmar as tuas impressões desta ou daquela pessoa.
A rigor, tanto no bem quanto no mal, ninguém sabe do que é capaz de fazer, revelando a sua verdadeira identidade.
Acautela-te, portanto, contra o que és, sem que tenhas plena consciência disto, evitando surpreender-se com as próprias mazelas.
Por mais que se cubra de terra uma semente, chegará o dia em que. vencendo a resistência do solo, ela eclodirá, mostrando a espécie à qual pertence.
Conhece-te melhor para que as tuas fragilidades, emergindo de inesperado, ainda mais não te comprometam na caminhada.
A não ser para auxiliares, não te preocupes com os outros.
Com o tempo, o verniz sob o qual os homens reciprocamente intentam esconder a personalidade, descolorando-se no sol das lutas inevitáveis, acabará expondo a realidade de cada um.
Não postergues, assim, o confronto contigo mesmo para o Outro lado da vida; não aguardes que a morte venha retirar-te a máscara da face e constranger-te a contemplar, refletida no espelho da verdade, a imagem de tuas deformidades.
Assim como mistério algum do Universo permanecerá insondável para a Ciência, que aos poucos terá acesso aos mais intrigantes enigmas da existência, os teus segredos mais íntimos, aqueles que encerras no porão da individualidade, transparecerão aos olhos de quem anseias ocultá-los.
Nada haverá de permanecer ignorado para sempre.
Não insistas em conhecer da vida alheia o que não desejas venha a ser conhecido da tua.
Certas pessoas existem que, se soubessem tão bem de si quanto sabem de seus semelhantes, avançariam a passos mais rápidos nas sendas do aperfeiçoamento e não se perderiam nos escuros labirintos da ilusão, pelos quais enveredam inadvertidamente."
Irmão José, do livro Ramos da videira.


O aprendizado deste sábado veio dar respaldo às minhas reflexões da última semana. O tema presente na minha mente ao longo dos últimos dias estava justamente nos julgamentos pelas quais estamos expostos ao longo de toda a nossa existência. Cada um se dá ao direito de julgar o comportamento e decisões alheias, sem procurar entender o passado daqueles que acusam. E quão justos estamos sendo com essas atitudes? De fato, nos preocupamos demasiadamente com a vida alheia e não olhamos para o próprio umbigo.
Vivemos numa sociedade que nos mostra todo o tempo situações em que somos induzidos ao julgamento alheio. O BBB está aí e não me deixa mentir.
O ser humano é divergente por natureza e cada um constrói seus argumentos com base nas suas percepções e vivências. Somos seres únicos, com opiniões próprias, diferentes das opiniões alheias. O que é absurdo para uns, pode não ser para outros.
O mais comum é esquecermos dessa característica peculiar e exigirmos que o outro compartilhe das mesmas opiniões que as nossas. É quando ocorrem os julgamentos!!
Seria uma atitude mais nobre olhar para o espelho e ver refletida a sombra de nossas próprias imperfeições antes de apontar o dedo para o próximo. Ou ao menos ouvir outra opinião sem impor nossa visão.

Mas nesse processo, compreender dá muito trabalho. O mais fácil é atirar a pedra no telhado vizinho. E esperar que esta não quebre também o nosso!