Desejo-me tempo


Há tempos que tenho pensado no tempo. Confesso que causa-me pânico constatar a forma com que minha vida está passando.....simplesmente num piscar de olhos.
Acho que já comentei isso aqui, mas gostaria de repetir. Tive um professor, um mestre, pela qual desenvolvo uma admiraçao incrível, que nos falava que o tempo é o único recurso comum à todos. As minhas 24 horas do dia sao exatamente as mesmas 24 horas de um artista de cinema, de um político, de uma criança. Mas que essas 24 horas comuns possuem um efeito diferenciado em cada uma dessas mentes, isso é uma certeza. Nao é a tôa que quando estamos num momento de prazer, de lazer ou em férias, o tempo parece passar tao depressa que gostaríamos de ter um dispositivo para travá-lo ali mesmo. E quando estamos angustiados, recuados ou reclusos, temos a nítida impressao de que um dia é composto por longas 48 horas. É a mente humana a trabalhar.
Mas essa questao do tempo insistir em passar rápido sempre me causou um certo desespero contido. Com o intuito de tornar meu tempo útil, eu acabo mergulhando num mundo de listas e compromissos que causam um caos ainda maior. Resultado: no meio do caos eu travo!! E não vou para lugar nenhum! E aí passam-se as horas, os dias, os meses, os anos, e no final das contas não fiz o que deveria. O pior é que essas sensações agravam-se quando estou fora do meu habitat.

Hoje já estou ansiosa planejando os meus próprios passos para o futuro, minhas próximas decisões, meus novos objetivos. Existem muitas pesquisas para fazer, muitos contatos a resgatar, coisas para escrever, muitas açoes para colocar em prática. E bate um desespero no fundo da alma........Será que terei tempo para fazer tudo isso??

Na próxima semana farei 27 anos. E tudo passou tão rápido. Vou entrar naquela fase de reflexões sobre meus atos e descobertas ao longo desse tempo. Já sei que vou ficar um pouco depressiva por ainda não ter a vida que eu havia imaginado há tempos atrás. E por ainda nem saber qual o caminho que quero seguir. Estou numa fase crítica: Me julgo velha demais para fazer certas coisas e jovem demais para fazer outras. Já sinto o peso das cobranças sociais sobre os ombros, afinal, já tenho quase 30. E o mundo espera um mínimo de estabilidade dos seres de 30. Eu também esperava.......É a síndrome das falsas expectativas, da felicidade irrealista.
No fundo isso tudo é uma grande bobagem. É uma prisão da qual tento me libertar todos os dias. No mais, desejo-me tempo......para ser feliz......somente.

Comentários

  1. Sei bem o que isso é... o problema do tempo, assim como tu, também tinha a ilusão da estabilidade dos30! O imporante é viver o presente, não faças como eu que vivo angustiada para que chegue o futuro, a lamentar os erros do passado e a esquecer-me se viver o presente!!! e embora "o agora" por vezes não seja muito animador é o unico momento que realmente possuimos, o passado ficou para tras e o fututo a Deus pertence...
    tem um optimo dia, e faz-me o favor se ser feliz, o teu sorriso é contagiante :)

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  2. RO, Viva a sua vida para VOCÊ, não para atender às expectativas ou cobranças dos outros que gostam de cobrar dos outros aquilo que gostariam de ter conquistado ou julgam ser bom para ELES. Cada um tem necessidades diferentes. Cada um se realiza com coisas e intensidades diferentes. Você não precisa provar nada pra ninguém e nem se auto-cobrar demasiado. Faça cada coisa no seu tempo pensando no prazer que isso vai trazer pra VOCÊ. Você estando feliz, as pessoas a sua volta também o estarão. Assuma os seus desejos, os seus objetivos mais íntimos e vá ser feliz!!!
    Saudades de vc!
    Beijão

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