Histórias de Deportação

Cheguei à capital Húngara e decidi apenas descansar no parque mais próximo enquanto aguardava o horário da viagem. Às 16:00 estava pronta para embracar. Foi quando o motorista me pergunta: "Where's your Visa"? "Visa, I don't need Visa to travel here". "Yes lady, but we'll cross Servia. You should have a visa to cross the country".
Raios....Minha passagem estava comprada há mais de um mês e só agora que eu fico sabendo que preciso de Visto para cruzar a Servia?!! Tive apenas 10 minutos para pensar o que fazer, e resolvi arriscar. Entrei no ônibus sem saber o que poderia acontecer comigo. E claro que a viagem foi péssima...meus pensamentos voavam e meu estômago doía de nervoso. Mas eu rezava e pensava nos ensinamentos da minha mae:"Para tudo na vida existe solução".
Para completar o cenário de terror, a TV do ônibus exibia um filme sobre tráfico de mulheres. Além disso, eu ainda lembrava das cenas de um filme sobre a guerra na Sérvia, que tinha assitido há alguns anos antes. Estava em pânico e comi todas as minhas unhas. Mas eu procurava pensar positivo. E segui adiante.
Mas deu Merda!! Quando chegamos na fronteira da Servia, uma policial entrou nos ônibus. Com rostinho de anjo mas olhar de demônio, pegou o passaporte dos passageiros e foi olhando minuciosamente um a um. Levou o meu depois de 20 minutos veio com a triste notícia: "You cannot go ahead. You should come back to Hungary!" Sem ter como argumentar (eu sabia que isso era possível), peguei minhas coisas e saí do ônibus. Fiquei lá sem saber o que faria. Um dos guardas me ajudou a voltar até a fronteira da Hungria mas depois ninguém quis saber. Eram poucos os que falavam inglês e eu comecei a entrar em desespero. Só rezava e pedia serenidade para encontrar uma solução. Eram 21:30 e eu estava com medo de passar a noite por lá, sozinha. Mas Deus esta me acompanhando nessa aventura e 30 minutos depois do ocorrido, colocou um casal na minha frente. Eu perguntei se eles falavam inglês e expliquei minha triste história. Por coincidência ou não, eles também passariam por Budapeste e me deixaram no aeroporto.
Quando cheguei la já me sentia protegida. Agora só precisava encontrar uma alternativa para chegar até a Grécia. Eram 24:00 e fui ate o caixa eletrônico para pegar Florins. Queria pegar um táxi e dormir no aeroporto do hotel. Eu merecia esse luxo depois de tanta confusão. Mas não era possível......após 24:00 não são permitidos saques. Respirei fundo e adormeci no aeroporto mesmo.
Pela manhã, já cansada e precisando de um banho, procurei uma agência e perguntei os preços de passagem para a Grécia. Acho que já estava esperando o pior, tanto que quase beijei a funcionária quando ela me disse que pagaria apenas 320 euros para voar às 11:00 até Athenas.
Á essa altura, eu pagava ate 5.000 euros!!! Comprei as passagens e aguardei ansiosamente o embarque. Ainda estava um pouco tensa com medo de ser deportada na entrada da Grécia. So me tranqüilizei quando sai finalmente do aeroporto. Depois ainda encarei uma viagem de 6 horas até Tessaloniki. E apenas com algumas horas de atraso.
Pelo menos dessa vez, a deportação teve um final feliz!!!

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A filha perdida

Que se danem os nós.....

Para meu sogro Tuffy